Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Não é só a comidinha. Não é só a actividade física. Não é só o sono. Assisti a uma conferência TED na qual se defende com provas bastantes que um dos motivos para a longevidade de uma vida é a preocupação com os outros. Uma senhora com uma viagem extensa diz que olha para os desconhecidos como amigos que ainda não conhece. Aí está. Podia ser esse o segredo para uma transformação revolucionária de um mundo que já não se dá ao trabalho de levantar a cabeça: querer uma vida mais longa.
A ideia está para além de todas as ingenuidades. Olhar para um desconhecido como um amigo potencial (e aqui o conceito de amigo é aquele em que estão a pensar - distingue-se da noção de confraria reduzida com a qual se conta em momentos últimos) não é, como se tornou convicção nestas rotundas do cinismo, submeter-se aos seus humores muitas vezes violentos e cruéis. Não começar a olhar para ele como um inimigo é já um princípio.
Os combates pelos direitos sociais políticos são a primeira parte da história. Não bastam. Falta o resto, falta: a respiração disponível de cada encontro na rua, no café, na mercearia, no tribunal, na enfermaria. A besta que em mim habita um dia vai compreender esse dado simples. Por isso escrevo sobre o tema, numa segunda de manhã.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.