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Cass McCombs é um dos songwriters que mais me dizem, ao lado de Kurt Vile, do gang dos Real Estate e de Mac DeMarco. E quando falo em songwriters incluo é claro a maneira como as guitarras e a restante instrumentação está alinhada e cozida. Aderi, pela suave felicidade na composição e na voz do caifornianio, ao grupo de adeptos de McCombs com músicas como "Prima Donna", "County Line", "The Loney Doll" e "The Same Thing". Ando à procura nos temas no novíssimo "Big Wheel and Others" o mesmo entusiasmo que senti a ouvir as canções anteriores. Encontro-o na aparentemente ingénua "Morning Star"("morning star illuminate/free us from this world of hate"), em "Brighter!", em " There Can Be Only One", na qual sinto um feliz perfume de Felt, em "Name Written in Water", com outro perfume, este de Lloyd Cole (nota importante: as citações, que se calhar são só minhas, nada retiram à originalidade e à potência do moço). O álbum traz outro tom, menos conhecido para a minha devota pessoa: um tom mais negro, mais macambúzio, mais experimental. Lembro "Joe Murder" (título que podia ser sacado com toda a legitimidade a Nick Cave), uma valsa de guitarras para dançar de olhos fechados, cruzada com um jazz ornettecolemaniano. Este abastardado casamento repete-se na rockada de "Satan is My Toy". Ele não era só isso mas permitam-me a simplificação: Cass não quer ser mais o menino viajante com cançonetas belas na mala. Está mais zangado e provocador. Que arrisque, sim senhor, e mantenha a melodia que aconchega nas mudanças de estação. (Ah, a espaços o álbum é atravessado pelo diálogo entre Cass e uma criança que me fez lembrar a conversa do Tiago Cavaco com a filharada em "Amamos Duvall").
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