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"(...) Para mim, a amizade continua sendo o grande acontecimento. Todos os sábados, lá vou eu almoçar com o Hélio Pellegrino. Lembro-me de que, uma vez, teve o amigo uma luminosíssima idéia. Diz: - 'Vamos tomar vinho'. Assim é o Hélio. Mineiro e calabrês, tem, por vezes, a volúpia européia do vinho. (...) Bebi para fazer-lhe a vontade. Na verdade, sou o homem da água da bica. Mas o Hélio bebeu, bebeu. E, de repente, pôs a mão no meu braço. Disse exatamente isto: - 'Nelson, você é um dos meus amigos fundamentais'.
Ora, eu atravessaria três desertos para ouvir alguém dizer isso. E, então, percebi uma das verdades mais lindas da terra: - o amigo é o santo. Não sei se me entendem e, se não me entendem, paciência. Mas o fato de o Hélio estar falando e eu a ouvi-lo, este simples fato era a nossa salvação. Ali, naquele momento, ele foi um santo e eu outro santo. Vejam vocês: - dois santos bebendo aquele vinho translúcido e também santificado.
(Alguém dirá que tudo isso é piegas, gratuito, discutível etc, etc. Não faz mal) (...)".
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