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"O homem é a alegria do sim na tristeza do finito".
Paul Ricoeur
Os legos encaixam uns nos outros. Os egos não.
Brasil dos primeiros livros aos quadradinhos, Brasil da revista Cláudia onde tive os meus primeiros vislumbres eróticos, Brasil de Rita Lee, dos Roupa Nova, do 'Dia de Domingo', da letra 'Se você pensa que cachaça é água', de 'Chiquita Bacana', Brasil das novelas, de 'Guerra dos Sexos' e de 'Baila Comigo', de Sócrates e Falcão, de Caetano, Chico Buarque e Gilberto Gil, Brasil de Tom Jobim, Vinicius, da Legião Urbana, de Cazuza, Brasil que faz parte do meu show. Brasil da hilariante Mad e onde fiquei a saber que bandas como os Cure e os Jesus and Mary Chain foram tocar ao Rock in Rio perante plateias tropicais vestidas de preto.
Brasil de Nelson Rodrigues, Millôr Fernandes, Rubem Braga, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira. Brasil da crónica e da poesia, do português que gosta de conversar por escrito, das ruas habitadas por histórias e pessoas-personagens, Brasil de João do Rio e de Dalton Trevisan, de Rubem Fonseca, da Cidade de Deus e de Seu Jorge. Brasil das garotas que não são só de Ipanema.
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Rir é o melhor remédio mas mesmo os remédios têm efeitos secundários.
As maiores culpas que guardamos para a vida ainda são aquelas que nos ficam depois de termos responsabilizado o gato da vizinha pela jarra que se partiu.
Eu e o meu querido amigo Pedro Múrias, que já não está nesta arena dos dias, tínhamos uma rubrica num programa do Rádio Clube chamada "Frases para Colocar nas Lápides". Hoje vi uma boa, afixada no prédio da minha avó: "É favor fechar a porta".
O insone tem o desejo de dormir bem. O dorminhoco de ter insónias. Alguém nos ajude.
Muitas casas portuguesas têm há muitos anos pequenos budas em exposição. É como se quisessemos guardar na estante a calma que nunca conseguiremos ter.
Um homem torna-se conservador quando acha que pensa melhor com os chinelos calçados.
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