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Onde estão os quiosques de jornais da minha adolescência tardia? Vão fechando um a um, neste tempo melancólico, austero, canibal. Dizem os donos que já não dá mais, que as pessoas compram cada vez menos jornais, os que compravam duas revistas, compram uma, os que compravam uma, não compram nenhuma.
Onde estão os homens que vendiam jornais e revistas, num país onde sempre se leu pouco e onde vender jornais e revistas sempre foi um negócio extravagante? Que fazem esse homens que venderam manchetes sobre remodelações ministeriais, notícias sobre crimes sexuais, gordas sobre o Defeso, breves sobre homens que desapareceram no rio e no mar? Que fazem eles hoje?
Quero-os de volta, quero os jornais de volta, as conversas sobre as manchetes de volta, a rezinguice contra o país e os que mandam de volta, o queixume sobre os jornais que não se vendem e de que isto é um mau negócio de volta. Quero o meu país de volta.
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