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Havia um indivíduo bigodudo que dizia que a sua pátria era a língua portuguesa. A minha é outra. A minha é a pastelaria portuguesa. Escrevo em pastelarias. Garanto-vos: a crónica corre melhor quando escrita aqui, entre o empregado dos correios que todos os dias, à mesma hora, mastiga, com a maior das elegâncias, a sua salada de fruta e uma senhora que, ao fim da tarde, não resiste em vir comprovar que o éclair de ontem estava melhor do que o de hoje.
Lembro-me de Mário Cesariny, de cuja morte passam 10 anos, quando escreveu, num poema intitulado Pastelaria, "(…) afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo/ à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de tudo (…)". A propósito: vi Cesariny, nos anos 90, num café, o Café Estádio, no Bairro Alto. Na altura não havia selfies. Quando tudo era possível não havia selfies.
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