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A Cor Interessa?

por Nuno Costa Santos, em 29.10.14

É relevante o facto de António Costa ser filho de um goês? É importante a circunstância de Passos Coelho ser casado com uma mulher de ascendência cabo-verdiana? Claro que sim. Não é nem deve ser motivo de campanha, mas é um dado significativo numa sociedade em que, por mais que o discurso seja outro, as raças, sobretudo em certos círculos, pouco se dão e convivem.

Dizem-me desse lado: mas onde é que está o racismo? Aqui: a existência de um casal misto em Portugal ainda é motivo de reportagem. Aqui: na selecção unicolor (com escassas excepções) que se vê no Canal Parlamento. Aqui, numa experiência pessoal extensível a tanta gente: o único momento em que me dei com angolanos, moçambicanos, cabo-verdianos, são-tomenses e timorenses foi na faculdade, através do contacto com amigos que vieram das ex-colónias para se licenciarem. Depois disso, apesar de vaguear entre planetas vários, é raro relacionar-me com pessoas de raças diferentes da minha.

Tirar vantagem disso é um disparate, um truque televisivo, uma demagogia. A competência não tem cor de pele. A formação ética também não. Mas como homem que aqui vive e como observador – e todos o somos nas nossas casas, nos nossos locais de trabalho – fico feliz por ver quem nos representa misturado e diverso, com menos preconceitos, mais livre.

 

(Publicado na revista Sábado)

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publicado às 00:53

Cafés Curtos

por Nuno Costa Santos, em 23.10.14

Mudança de Nome

Manuel Valls, do Partido Socialista francês, quer que o seu partido mude de nome. O Partido Socialista português, esse, já mudou. Chama-se Partido do Costa.

 

Coma
Em Inglaterra, um homem, para evitar ser julgado, fingiu estar em coma durante dois anos. Em Portugal um presidente da República usa a mesma táctica há mais tempo.

 

Não Foi o Gato, Foi o Telemóvel
A Microsoft anunciou o fim da marca Nokia. Estou triste. O meu telemóvel morreu.

 

Ideia para Manchete
A malta do Poiares Maduro não grama os Verdes.

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publicado às 20:38

O TPC dos Pais

por Nuno Costa Santos, em 22.10.14

 O psicólogo Eduardo Sá tem defendido que é contra os trabalhos de casa da criançada. Que quem não aprende na escola depois não aprenderá em território doméstico. É uma posição extremista até para alguém que tem duas crianças que trazem para os aposentos familiares vastas e bicudas obrigações escolares.

Não estou aqui no entanto para lamentar os trabalhos de casa dos filhos – desses trata o dr.Sá. Estou para me queixar dos trabalhos de casa dos pais. Porque os deveres dos filhos sobram com frequência para os assessores inevitáveis desses ministros infantis. Sim, as entidades paternas.

Deixem-me pois ser o Eduardo Sá dos pais. Os pais a quem são pedidos conhecimentos de matérias das quais não se lembram – até porque são dadas de um modo distante do que era dado há trinta anos atrás e muitas vezes de uma maneira indecifrável - e para as quais nunca tiveram vocação. Falo por mim: pedirem-me para ajudar a filharada em matemática é como pedir ao chefe de uma tropa de elite para orientar sessões de budismo. E sei que dou voz a muito progenitores que terão vergonha de assumir perante o mundo uma ignorância que o mundo não perdoa.

Sejamos honestos: acaba por ser o google a dar aulas. O santo, o professor google, ensinador de tanta gente e a quem ninguém paga para dar explicações.

 

(Publicado na Sábado)

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publicado às 20:08

Trocadilhos que sem querer uma pessoa pode ouvir na rua

por Nuno Costa Santos, em 21.10.14

(Não sei se é por ter ido a uma oficina de pneus, se é por estar a ler o Alface, se é porque está calor e estamos em Outubro. Mas a verdade verdadinha é que me deu para o trocadilho. Calma: tirei licença para o efeito).

 

A ministra da Justiça pode estar errada em muita coisa mas tem-nos no Citius.

A ideia de acabar com os sacos é estranha numa altura em que os portugueses estão de saco cheio.

Não me venham com essa tanga da fiscalidade verde. Quem manda no mundo é a Goldman Sacos.

Até no café uma pessoa tem medo de pedir um Salgado.

Mais do que um Medina Carreira o país está a precisar é de um Medita Carreira.

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publicado às 21:37

Diálogo que tive com um segurança após ter perdido um caderno dois minutos antes

por Nuno Costa Santos, em 21.10.14

- Perdi um caderno preto.
- Como é que é o caderno preto?
- É um caderno preto.
- Mas como é que é o caderno preto?
- É assim preto.
- Mas preto como?
- É um caderno preto.
- Mas eu tenho de saber como é que é o caderno preto.
- Só sei dizer que é um caderno preto.
- Mas um caderno preto de que forma?
- Da forma de um caderno preto.
-Mas preto como?
- Preto. Um caderno preto. Como são os cadernos pretos.
- Mas diga lá alguma coisa sobre o caderno.
- É preto. Um caderno preto.
- Está aqui o caderno.
- Preto.

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publicado às 21:00

I Don´t Belong Here

por Nuno Costa Santos, em 20.10.14

Título: “I Don’t Belong Here” (pt)

 

 

Peça que parte da experiência de repatriamento para o arquipélago dos Açores de cidadãos portugueses a viver nos EUA e Canadá desde a infância – e, portanto, com referências humanas, sociais e culturais integralmente americanas e canadianas.

O objectivo é o de criar um espectáculo a partir das várias situações que os próprios viveram até ao momento presente:

- Infância na ilha e a memória vaga que deixou.

- Partida com a família para os EUA e Canadá.

 - Adolescência.

- Entrada no universo da criminalidade.

- Julgamento.

- Pena de prisão.

- Dupla pena: o repatriamento.

- Vida presente na ilha.

 É a partir destes momentos fundamentais, dessa reconstituição biográfica, que os autores querem criar e recriar. O texto do espectáculo vai ser construído durante o processo de trabalho colectivo. É depois da experimentação de cenas e de situações que se vai escrever a narrativa – uma narrativa necessariamente fragmentada, para abarcar os diversos tipos de vivências, mas que terá uma unidade própria e forte.

Os actores vão ser quer os próprios indivíduos que foram alvo de repatriamento quer actores profissionais. A ideia é haver uma complementaridade entre a experiência e o entusiasmo bruto. Entre um lado orgânico e a representação. Tudo a favor de um jogo teatral que oscilará entre um registo trágico e cómico, conforme as urgências de cada instante.

Os relatos reproduzidos em palco terão uma base real que  se confundirá depois com episódios de ficção – uma mistura que possibilite a cada um dos actores-pessoas partir da sua própria biografia para a transcender.  Como pano de fundo, vão ser transmitidas imagens de vídeo que acrescentem “informação” gráfica ou de conteúdo ao que é dito - e que podem passar por fotografias de família, cartas, passaportes, bilhetes de Identidade, referências culturais de cada um, imagens de paisagens de que têm memórias e saudades, imagens abstractas que sirvam de cenário para acção. A sonoplastia, outro aspecto fundamental, desenhada com base na relação memória-presente, criará a atmosfera adequada a cada quadro.

Produção: AGECTA/Moby Dick Produções e Molloy Associação Cultural

Coprodução: Teatro Micaelense (um projecto da rede 5 Sentidos)

Cast and Crew: Dinarte Branco (Encenador), Nuno Costa Santos (Autor), João da Ponte (Direção de Produção), Paulo Abreu (Vídeo), Feliciano Branco (Iluminação), Sérgio Gregório (Som), João Prazeres (Cenografia e Guarda-Roupa)

Intérpretes: Cláudia Gaiolas, Tiago Nogueira (actores profissionais) e 5 indivíduos alvo de repatriamento

Cronologia das apresentações e coproduções:

Ensaios/Residência de 20/10 a 30/11/2014, Teatro Micaelense, Ponta Delgada

Ensaios/Residência de 01/12 a 18/12/2014, O Espaço do Tempo, Montemor-o-Novo

Estreia do espetáculo 19 e 20/12/2014, O Espaço do Tempo, Montemor-o-Novo

Apresentações de 09 a 14/01/2015, Teatro Maria Matos, Lisboa

Apresentação de 17/01/2015, Teatro Virgínia, Torres Novas

Apresentações de 21 a 25/01/2015, Teatro Nacional São João/TECA, Porto

Teatro Viriato (Viseu) - duas apresentações, datas a definir

Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) - uma apresentação, data a definir

Centro de Artes de Ovar - uma apresentação, data a definir

TAGV (Coimbra) - uma apresentação, data a definir

Teatro Micaelense (Ponta Delgada) -  duas apresentações, datas a definir

Teatro Miramar (Rabo de Peixe) -  duas apresentações, datas a definir

 

Os contributos são aqui.

 

 

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publicado às 09:08

O Dramaturgo na Época do Pós-Dramático

por Nuno Costa Santos, em 18.10.14

entre-theatre-et-performance-300.jpg

 

 

Numa tentativa de melhor compreender as mutações da cena teatral contemporânea, Joseph Danan, depois de ter publicado “Qu’est-ce que la Dramaturgie” (Actes Sud-Papiers, 2010), editou recemente o livro “Entre Théâtre et Performance: La Question du Texte” (Actes Sud-Papiers, 2013).  Danan, ele próprio dramaturgo e professor de dramaturgia contemporânea na Sorbonne, continua inquietado com a questão de saber o que é hoje o texto teatral.

 

São apresentadas duas noções de performance: uma, em sentido lato, definida por Christian Biet e Christophe Triau e ligada ao acto teatral no presente na sua relação com os espectadores e com um texto fixado mas que se assume como secundário e mesmo facultativo; e outra, em sentido restrito, associada às artes plásticas e privilegiando mais a comunicação directa com a imagem e com o corpo do que o texto propriamente dito. Dentro deste segundo entendimento existe um conjunto de antepassados conhecidos como o compositor John Cage, o coreógrafo Merce Cunningham, o videomaker June Park e o escultor Allan Kaprow. E, merecendo um plano de destaque, Antonin Artaud e o seu Teatro da Crueldade – que procura em cima dos palcos uma experiência de vida – e Gilles Deleuze, com a sua “Lógica da Sensação”. E ainda artistas como Romeo Castellucci, em “Inferno”, e Angelica Liddell, em “La Casa de La Fuerza”.

Richard Schechner, professor de Estudos da Performance, situa o seu trabalho entre estas duas acepções do termo, naquilo que o investigador Hans-Thie Lehmann classifica de “teatro pós-dramático”, no qual os elementos constitutivos do drama são menos importantes do que a relação entre o texto e a audiência. É o happening, no qual se cruzam muitas vezes disciplinas artísticas de forma a criar um efeito imediato no público. Peter Handke e o seu “Outrage au Public” (1966) são apresentados como paradigmáticos nessa criação de um teatro da frontalidade no qual existe um confronto com a tradição aristotélica. Os actores não representam personagens diante dos espectadores, que se apresentam ao centro. Não representam nada exterior a eles.

 

É uma tendência que ficou até hoje, nota Joseph Danan. As equipas teatrais tendem a recusar a ideia de haver um texto dramático preexistente e privilegiam uma experiência ou um gesto artístico que seja atravessado de uma relação complementar e sem hierarquia entre artes como a música, a dança e o vídeo. O texto final, a existir, parte de improvisações ou de uma colagem de textos, sempre que possível, não dramáticos. É o laboratório que está na origem do efeito que se pretender criar.

 

Joseph Danan põe algumas reticências no gesto de classificar estas experiências como teatro mas não deixa de encontrar nelas elementos teatrais – um teatro atravessado de performance ou, com maior certeza, um “estado de espírito performativo”. A ideia de mimese é afastada. A representação de personagens e situações é substituída pela apresentação de seres humanos e das relações entre eles.

 

Um dos pontos fundamentais do livro está na passagem, muito pertinente, na qual Joseph Danan reflete na possibilidade de, numa época de crise, com os campos políticos muito marcados e com o regresso das lutas e das contradições sociais,  poder haver um regresso das convenções teatrais aristotélicas, com personagens, heróis e situações nas quais os espectadores se possam reconhecer. Para – acrescente-se – promover a catarse das suas inquietações urgentes.

 

Danan considera que a escrita dramática não precisa de fazer cair os seus elementos essenciais de diálogo e de acção e defende que o autor dramático deve sair cada vez mais do quarto para trabalhar com as equipas e passar a viver mais perto do palco, como os artistas plásticos, os coreógrafos e os músicos. É a ideia de que o escritor pode ser, ele mesmo, um dos agentes interessados em criar uma proposta que capte a atenção do público numa altura de dispersões várias.

 

Numa reflexão pessoal, pode afirmar-se que uma das razões pelas quais o texto dramático já não é uma condição essencial para a construção de um espectáculo é a possibilidade que encenadores e actores encontram de resistência à tirania do texto fechado, escrito por esse tal autor encerrado na sua torre de marfim criativa.

 

Possivelmente fatigados de representarem espectáculos de autor, quer clássicos (nos quais as alterações são por natureza limitadas) quer contemporâneos (nos quais é frequente haver resistências autorais), os encenadores e actores, libertos desse condicionamento, pretendem ser eles próprios agentes mais criativos e decisivos na edificação da raíz das criações.

 

Indo de encontro ao que escreve Joseph Danan, as peças de teatro, no sentido convencial do termo (actores, personagens, acções, diálogos) poderão ter uma nova oportunidade por diversas razões. Uma delas é o cansaço do “pós-dramático” e da sua intenção de criar um efeito forte e directo - orgânico. O próprio “pós-dramático” não é imune, como todas as vanguardas, ao perigo de ser transformar numa fórmula. E as fórmulas não surpreendem, não comovem.

 

Outra causa provável para o ressurgimento de textos de teatro em moldes mais consistentes é a circunstância de muitos dos espectáculos contemporâneos sem uma autoria definida e clara enfermarem de uma fragilidade constitucional evidente, o que acaba por prejudicá-los – a ideia provoca uma sensação  intensa nos espectadores mas dá por diversas vezes a sensação de que seria mais sólida se fosse suportada por uma dramaturgia trabalhada.  

 

No caso português, esse regresso é desejável, até porque em Portugal é relativamente escasso o surgimento de novas dramaturgias, que só poderão evoluir caso haja um diálogo regular entre autores, actores e encenadores – e restantes agentes (noutros países, como Inglaterra, a situação é diferente, com a tradição de autores residentes em companhias). Nenhuma dramaturgia poderá evoluir sem que haja uma comunicação directa e profícua com esses agentes teatrais.

 

Este possível regresso do autor dramático cria nos novos dramaturgos a responsabilidade de, além de suspenderem o ego artístico em nome de um diálogo em equipa, escreverem textos teatrais que sejam capazes de serem tão enérgicos e tensos como as mais estimulantes performances teatrais. Tão urgentes.

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publicado às 00:50

Nada se passa

por Nuno Costa Santos, em 15.10.14

Sentado num café à espera de um amigo que não chega. Escrevo. Num pequeno caderno. E penso que escrever é a mais absurda das religiões. Para quê escrever se posso ver o jogo de ténis na televisão lá do fundo? (Um tipo de polo verde está a fazer um serviço). O amigo é jornalista, desculpa ainda melhor do que a de ser pai de um rapaz de dois meses (que sou). Já é a segunda Grimbergen que vem para a mesa. Passa à minha frente, vindo da mesa atrás da minha, um ex-colega da faculdade com quem nunca falei. Não está vestido de advogado. Se calhar trabalha num ginásio.

Sentado num café à espera de um amigo para jantar. Escrevo. Estar num café a escrever num pequeno caderno devia ser considerado o gesto anacrónico da década por uma dessas revistas que só existem online.

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publicado às 23:05

"a mulher que acaba de ter um filho mas só liga ao cão"

por Nuno Costa Santos, em 15.10.14

(Escrevi este sketch há um tempo mas nunca chegou a ser representado. Penso que pode ter agora a sua oportunidade) 

 

Sala de partos.

MULHER está em trabalho de parto, quase a ter um filho. Ambiente de tensão.

Há um ENFERMEIRO que está a tratar do parto – durante toda a acção. E há um MÉDICO ao pé dela.

 

mulher

(nervosa, a suar)

Como é que ele está? Eu quero vê-lo! Eu quero saber se ele está bem!

médico

(com um ar tranquilo)

Tenha calma que está a correr tudo pelo melhor.

mulher

(nervosa)

Mas eu quero vê-lo, abraçá-lo, dar-lhe miminhos!

Pequena pausa.

Já não aguento mais!

médico

(com um ar doce/compreensivo)

 Vai ter uma vida para isso acontecer...

mulher

Mas eu já não aguento! Preciso do meu pequenino! De abraçá-lo e dar-lhe muitos beijinhos!

médico

O seu pequenino já vem ter consigo!

mulher

Mas eu quero que ele venha já!

médico

Já vem, já vem, tenha calma...

ENFERMEIRO continua o seu trabalho. Momento de tensão.

A certa altura termina o seu trabalho e retira o bebé (pode ser um boneco, enrolado numa manta – em pós-produção, coloca-se o choro).

 

O ENFERMEIRO apresenta o BEBÉ à MÃE. A MÃE reage mal.

mãe

(subitamente seca)

Não é esse, pá! É o meu Quiquinho!

Entra um ENFERMEIRO 2 que traz um pequeno cão para o colo da MULHER. A MULHER começa a mimá-lo.

mulher

Ah, que saudades que eu tinha do meu lindinho!

(a falar com o cão, encostadinha a ele)

Como é que tem estado o bebé que esteve tanto tempo afastado da mamã? Tem-se portado bem, tem?

MULHER dá um beijo no cão.

Plano do MÉDICO e dos ENFERMEIROS a olhar para a MULHER.

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publicado às 00:18

Petição contra o Ódio

por Nuno Costa Santos, em 14.10.14

Vivemos na sociedade do ódio. O ódio contra os políticos, o ódio pelos que se destacam, o ódio pelo vizinho, o ódio pelo colega, o ódio por um tipo qualquer que temos como amigo no facebook mas que detestamos por aquilo que escreve, o ódio pelo articulista, o ódio por si próprio.

Ouvir e ler todos os dias tantos ódios cansa. É uma espécie de fitness involuntário. Uma jornada de trabalho que não se pediu. Não são só os odiados que levam no toutiço. Quem recebe o fel alheio também é violentado. Acaba exausto ao serão. Falo por mim. Julgo que falo pelo leitor. E, sejamos francos, não somos santos na matéria. Também tiramos anos de vida com as nossas cóleras.

A internet tornou esse dado mais evidente. Antes do seu aparecimento julgávamos que havia mais gente com sentido crítico mas que não se consumia e não nos consumia com uma infinidade de ataques pessoais e biliais. É uma ilusão hoje em escombros.

 

Mais aqui:

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publicado às 23:57

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