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Outro

por Nuno Costa Santos, em 30.04.14

O facebook dos intelectuais. Em vez de gatos, textos longos.

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publicado às 23:34

Mais Tarde

por Nuno Costa Santos, em 30.04.14

O portal das Finanças parece a moça com quem tentamos meter conversa no Lux: "Por motivos de ordem técnica não nos é possível responder ao seu pedido. Por favor tente mais tarde".

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publicado às 23:33

Descer as Escadas, Mais uma Vez

por Nuno Costa Santos, em 30.04.14

Nelson Rodrigues pedia sempre desculpa quando tinha de sublinhar o óbvio. Também peço. Não há, no campeonato da governação dos países, nenhuma estatística favorável que consiga enfrentar o embate das histórias humanas concretas. Ou por outra: só descendo as escadas e falando com as pessoas é que se entende que isto anda ainda menos famoso do que se julga. Que há demasiada gente em apuros, em zonas de desequilíbrio social, para podermos aplaudir o que quer que seja em termos de conquistas públicas. 

Visitei recentemente uma creche, com preços medianos e uma dimensão razoável, que nos últimos dois anos está a meia casa. Os pais não têm dinheiro para pagar a creche dos filhos numa altura em que têm mais necessidade de trabalhar. Ou estão desempregados, sem qualidade emocional e psicológica, e com necessidade de procurar trabalho a cada minuto. Sim, há aqui alguma coisa essencial que não anda a carburar. 


Ontem o jornal 'Público' foi mais longe nas narrativas – cumpriu aquilo que o filósofo Richard Rorty defendeu: só contando os pormenores de quem sofre nos pode aproximar de um sentimento mínimo (não se pede muito) de solidariedade. Existem cada vez mais crianças – e na reportagem ouvimos quem fala disso na primeira pessoa – cujos pais não lhes podem garantir nem uma alimentação equilibrada nem roupas e calçado.

 

Mais

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publicado às 23:32

Quando Tu Morreres

por Nuno Costa Santos, em 28.04.14

Quando tu morreres, leitor, alguém se lembrará de ti e far-te-á um elogio. Dirá que foste um gajo porreiro. Que eras amigo do teu amigo, que soubeste viver a vida (como se saber viver a vida fosse uma arte universal), que trabalhaste como poucos, que cuidaste dos teus, que contribuíste para o teu bairro e a tua freguesia. Quando eu morrer, leitor, também serei lembrado por alguém. Alguém que dirá, como dirão de ti, leitor, que fui dos melhores. E isso não nos devia descansar.

É triste ter de morrer um poeta para a gente o tirar da estante. Girei a cadeira e trouxe para a mesa um dos livros que tenho de Graça Moura, “Poesia 2001/2005”. Folheio-o. Prefiro, oportunisticamente, folheá-lo a ler as notas biográficas dos jornais de hoje. É sabido que o trilho de um poeta também se encontra na cronologia dos seus versos. Ainda para mais quando se percebe que esses versos vêm das tripas.

 

A restante prosa neste andar.

 

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publicado às 12:34

Desviar o Olhar

por Nuno Costa Santos, em 25.04.14

Desviar o olhar é uma especialidade urbana. Há uma espécie de campeonato. Ganha quem desvia mais depressa os olhos daqueles com quem se cruza. Aliás, uma definição possível de cidade (pelos menos aquela onde vivo) é: sítio onde se desvia o olhar. Começa a haver uma nova modalidade: a dos que baixam o olhar. Despontam talentos por aí.

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publicado às 09:48

Há Coisas que Realmente

por Nuno Costa Santos, em 25.04.14

De vez em quando vem a expressão: “Há coisas que realmente”. Há coisas que realmente parecem misteriosas, mágicas, extraordinárias. É aquela história de estar a pensar num amigo que já não se via há anos e de ele aparecer ao virar da esquina como se estivesse preparado entrar em palco. E há outras tantas. Vai-nos acontecendo a todos. Cada um tem o seu episódio para contar,valorizado como um segundo para além da mera coincidência. Que depois esquece, com a ingratidão habitual com que tratamos os dias.

Tenho notado que são muitas vezes os descrentes encartados - em qualquer tipo de transcendência ou de mágica - que mais vezes repetem essa observação. Negamos que existe uma possibilidade maior do que esta mas continuamos inquietos, disponíveis para o pequeno deslumbre. É de não acreditar ou de desconfiar mas quando se acende uma luz queremos apontar para ela, capturando a atenção de quem está connosco. 

O resto aqui:

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publicado às 09:43

Expressões Que Já Não Lembram ao Careca

por Nuno Costa Santos, em 25.04.14

“Vou dar de frosques.” “Ele anda a apanhar bonés”. “Estás aqui estás ali.” “São horas de dar ao dente.” “Tem cuidado. Ainda arranjas um 31.” Há expressões que vão acabar. Lembrei-me de algumas numa conversa por email com o Ricardo, amigo recém-emigrado e saudoso da sua gente. Não são cool. Deviam ser guardadas em lugar seguro, neste caso ao alcance das crianças. Se um rapaz de 14 anos atravessar o pátio do liceu para, entusiasmado, mostrar o smartphone novo aos amigos e gritar “estou que não posso” vai ser gozado até ao fim do liceu. Há uns anos daria origem a uma “barrigada de riso” e seria considerado “um prato”.

Se uma rapariga de 17, depois de uma saída à noite, escrever no Facebook “já não posso com uma gata pelo rabo” arrisca-se a ser desamigada por quem a acompanha desde a infância. Uns aninhos antes seria mandada “dar uma volta ao bilhar grande” ou considerada “chata como a potassa”.

Já que existem workshops sobre todas as bizarrias porque é que não há cursos para conservar expressões como “de partir o coco a rir” ou “carapau de corrida” (hoje certamente transformada em “sushi de alta competição”)? Ou então como “isso é mais velho que o cagar de cócoras”, expressão inultrapassável naquilo que significa e capaz de captar, mais do que os manuais de História, um hábito ancestral da nossa vida colectiva.

 

 

O resto aqui:

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publicado às 09:41

Critério

por Nuno Costa Santos, em 25.04.14

Os amigos não se escolhem. Com os inimigos é diferente. Deve-se escolher os inimigos com critério e rigor, como quem escolhe um vinho de euro e meio mas que ainda assim se consegue beber. Não é qualquer um que pode ser nosso inimigo. 

As inimizades devem ser cultivadas. E é importante não esquecer que, tal como há o melhor amigo, há o melhor inimigo, aquele com quem temos os mais frequentes e requintados problemas. 

O melhor inimigo merece ser mimado todos os dias com um dito desagradável, um olhar manhoso, um gesto amargo. Não está ao alcance de qualquer um. É uma prática que exige muita disciplina, disponibilidade e generosidade.

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publicado às 09:40

Pátria

por Nuno Costa Santos, em 21.04.14

Os portugueses são muito patriotas. Sendo que a pátria de cada um é o seu clube de futebol.

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publicado às 08:40

Modere

por Nuno Costa Santos, em 21.04.14

Nas estradas avisam: "Modere a velocidade". Podia haver o mesmo aviso no início dos namoros.

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publicado às 08:40

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